terça-feira, 5 de agosto de 2008

Funeral Santomense

Hoje assisti pela primeira vez aos rituais de um funeral santomense. A mãe de dois colegas meus de trabalho faleceu, e toda a equipa foi solidária em acompanhá-los. Apenas comento isto no blog porque me parece interessante a forma como cada cultura expressa estes ritos profundos da vida. Aqui, quando alguém morre, toda a família e amigos se junta na casa da pessoa falecida, para daí partir em camiões do exército, carrinhas, motas, carros, o que houver, em direcção ao cemitério, passando pelos sitios importantes para o falecido, como o trabalho ou a casa de familiares. Junta-se assim uma grande fila em excursão, que vai lentamente pela estrada a 10km/h, com uma carrinha com uma banda a tocar, mais outra carrinha com colunas de música Kizomba, ou se for rico, mesmo um cantor ao vivo. Neste caso particular, foi dispensada a parte musical, mas o resto aconteceu mesmo, e percorremos cerca de 1h de caminho até ao cemitério. Depois do enterro, regressa-se novamente para casa da pessoa falecida e aí se fica a comer e ouvir musica. Esta parte, a que aqui se chama a fase do "nojo" (luto nosso talvez) dura uma semana, com a casa sempre inundada de pessoas e familiares. Com este ritual grande parte das familias se endividam para suportar estes custos que estão fora do alcance da maioria das pessoas. Não deixa de ser, como é óbvio, um momento triste e tenso, mesmo sendo diferente do nosso, daí querer partilhá-lo convosco... Beijos, Rita

9 comentários:

Unknown disse...

Rita, gostei que desses a conhecer os rituais dos funerais em S. Tomé, que são diferentes dos nossos. Algo semelhante assistimos em Macau, quando no dia dos mortos, se festejava nos cemitérios, na campa, com leitão e outras iguarias. Na nossa cultura as festas (e endividamentos)acontecem mais nos casamentos...
beijos
M. Augusta

Unknown disse...

Oi, Rita: lembrei-me de Macau. Quando eles, no dia dos mortos, levavam o dia no cemitério, a limparem as campas e a porem flores, como nós. Lembras-te? Só com uma diferença: é que eles punham o prato do frango em cima da campa para o morto comer.Um dia escreverei estas coidsas no blogue.Há uma coisa que é comum à humanidade: o culto dos mortos. E a crença na vida após a morte.Beijos.
Saudades.
Eduardo

Maria disse...

Interessante este post, descrevendo as últimas homenagens a quem parte.
Curiosa é a forma como os vários povos de despedem de quem parte...

Paula Raposo disse...

Obrigada, Rita, pela partilha. Mais interessante que o nosso ritual...beijos.

Anônimo disse...

Sem duvida interessante a forma como os que cá ficam, se despedem de quem vai...a existência de música e a passagem pelos sitios que marcaram uma vida, é algo diferente! Obrigado por mais uma partilha.
CF

Anônimo disse...

Sem duvida interessante a forma como os que cá ficam, se despedem de quem vai...a existência de música e a passagem pelos sitios que marcaram uma vida, é algo diferente! Obrigado por mais uma partilha.
CF

Anônimo disse...

Sem duvida interessante a forma como os que cá ficam, se despedem de quem vai...a existência de música e a passagem pelos sitios que marcaram uma vida, é algo diferente! Obrigado por mais uma partilha.
CF

Anônimo disse...

Sem duvida interessante a forma como os que cá ficam, se despedem de quem vai...a existência de música e a passagem pelos sitios que marcaram uma vida, é algo diferente! Obrigado por mais uma partilha.
CF

Anônimo disse...

Sem duvida interessante a forma como os que cá ficam, se despedem de quem vai...a existência de música e a passagem pelos sitios que marcaram uma vida, é algo diferente! Obrigado por mais uma partilha.
CF