quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Guitarra

Começa o choro
da guitarra.
Partem-se as copas
da madrugada.
Começa o choro
da guitarra.
É inútil calá-la.
É impossível
calá-la.
Chora monótona
como chora a água,
como chora o vento
sobre a nevada.
É impossível calá-la.
Chora por coisas
distantes.
Areia quente do Sul
pedindo camélias brancas.
Chora a flecha sem alvo,
a tarde sem manhã,
e o primeiro pássaro morto
nas ramadas.
Oh, guitarra!
Coração malferido
por cinco espadas.
Federico Garcia Lorca
( Tradução de Eugéniode Andrade )

8 comentários:

Maria disse...

Um dia destes coloquei este poema, mas em castelhano...

Obrigada
Beijo

(estou com dificuldade em publicar este comentário...)

Paula Raposo disse...

Há poemas que são impossíveis de comentar...de tão belos e que se entranham. A foto também é linda!! Um post espectacular, digo eu. Que nada sei. Beijos.

poetaeusou . . . disse...

*
suplica
de trinado odor
guitarra
em verso de lorca
garcia ritmado
cantando federico . . .
,
abraço
,
*

São disse...

Reconheci-o de imediato, ao poema.
Mas ainda continuo a preferir ler poesia na língua original.
Saudações.

Anônimo disse...

Vá lá! a gitarra chora, mas também ri, também canta!!

PS. gosto muito de Garcia Lorca
Bjs.
Laide

Unknown disse...

Maria
Paula
Poetaeusou
São


Se há coisa que me põe os cabelos em pé e o sangue a fervilhar é ouvir o sapateado gitano nas cuevas em Granada homenageando no silêncio trágico-cantante da cultura andalusa o géneo de Lorca recitando vesos rubros de vida e de morte...

Abracitos.

Eduardo

Unknown disse...

Laide

Vê o meu último comentário e junta-te a nós a ouvir a guitarra.
Bjs.
EA

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querido Eduardo, uma bela foto para acompanhar espectacular poema... SUBLIME!...
Beijinhos de ternura,
Fernandinha