quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O vento ouve-se

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Poema de Rita Aleixo
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O vento ouve-se forte a bater nas cortinas da casa
- incessante, ruidoso.
Um trovão desaba com estrondo mesmo por cima dos homens
E a terra treme por instantes.
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Gota de água num oceano infinito.
Sementes de memórias de um tempo que já foi tempo,
De um vácuo de aspirações, medos e paixões.
E o vento sussurra-nos seus segredos a sorrir,
Enquanto dormimos acordados,
Sabendo ele que nada mais vamos ouvir,
Inquietos com o desejo puro e triste da eternidade.
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E chega em silêncio o murmúrio da chuva.
Nada mais para além disso.
E ficamos sós
Nesse grande universo por descobrir!
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Rita Aleixo
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In, " Entre o Sono e o Sonho "
antologia de poesia contemporânea
Volume II
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Foto Net

14 comentários:

Cristina Fernandes disse...

Belíssimo este poema...
Desejo-te um excelente ano repleto de felicidades.
Bjs
Chris

Agulheta disse...

Amigo Eduardo.Não conhecia este lindo poema,as palavras tocam.
Beijinho e feliz 2011

Manuela ramos Cunha disse...

Mesmo muito bonito este poema da Rita!

Tocante, profundo, de uma realidade espantosa!

Beijinhos de parabéns à Rita (sai ao pai a poetizar...).
Nela

gaivota disse...

e o vento canta e ralha...
parabéns, rita!
beijinhos

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

bonito o poema da Rita, tambem gostei da foto.

bom ano para os dois.

beij

Anônimo disse...

vi. li. voei. e tudo se casa aqui. as palavras a imagética e a fto.


beijo.Os.


imf.

Maria Rodrigues disse...

Que poema maravilhoso, quase senti o vento no meu rosto e ouvi o seu som ao passar pelas folhas das árvores, algo que adoro ouvir.
Tenha um excelente domingo
Beijinhos
Maria

JB disse...

Delicioso poema!

E há tanto para descobrir, no universo e em nós!

Os elementos da natureza envolvidos nos sentimentos...

Beijinho

Paula Raposo disse...

Gosto muito deste poema da Rita!
Beijinhos a ambos.

Anônimo disse...

Rita,
Mais um poema teu, que nos leva do real, até ao mais profundo do nosso ser! Belo! Continua filhota,
beijo
M. Augusta

Unknown disse...

E com essa chuva ficamos à espera do que a seguir virá...
Uma viragem no tempo?
Uma viragem em nós?
Uma ansiedade musical de terminar o som da chuva a cair...
contamos os segundos dos trovões...
afastam-se...
aliviamo-nos... e adormecemos... e lemos... e sonhamos

Gostei muito deste poema!
Tal pai, tal filha... :-)

Abraços aos dois

mariabesuga disse...

depois do rebentar do trovão dentro do coração... a serenidade da chuva, sussurro... murmúrio...
tudo em aberto.
muito bonito sim
beijos ao pai e à Rita

utopia das palavras disse...

Somos nós também murmúrios, nessa imensidão!
Poema lindo!

Beijo

Isabel disse...

Belíssimo poema! Gostei muito da foto. Muito sugestiva. A reforçar o poema.