sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Chuva, antiga...



Chove e gosto; e sinto, sempre, que o som da chuva é muito antigo; e que chove sobre a terra, sobre mim e sobre o mundo, e eu sou a terra, o mundo, o tempo, a chuva e o som da chuva. Há, no som da chuva, que cai sobre mim, ao ouvir a chuva, o tempo da chuva e o tempo do mundo e o tempo do tempo e o tempo de mim! ...

É como se eu fosse da idade da chuva, da idade da terra, da idade do mundo, da idade do tempo, e por isso não me basta dizer: chove; e é bom ouvir a chuva...Porque algo me faz lembrar o inlembrável e ao dizer isto sei que não é construção da mente para efeitos estilísticos..Não!...É sentimento. Antigo. Como a chuva. E o tempo...

Desde quando choves, chuva, e sobre mim roças lembranças que não desvendas?!...   

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In o meu livro, " Os Caminhos do Silêncio " - Chiado Editora, Outubro 2011

( Foto Net )

7 comentários:

Parapeito disse...

palavras que são chuva...que caiem e nos colam lembranças antigas na pele...
gosto de chuva...gosto da sua chuva bom Eduardo.
brisas doces para si***

Sonia Schmorantz disse...

Gosto das boas lembranças que vêm com a chuva fina e deixa aquele perfume de terra molhada...
Muito bonito!
um abraço

Isa Lisboa disse...

Às vezes esquecemo-nos de ouvir a chuva, mas quando a ouvimos, pode trazer-nos notícias de um mundo e de um tempo de paz!

Muito bonito, o seu texto!
Beijo, bom fim de semana

Rita Freitas disse...

Compreendo este sentir a chuva.

Muito bonito este texto.

Bjs

GarçaReal disse...


O tempo que passa, o tempo presente, o tempo que vem, por vezes o tempo ausente.

Se cai a chuva então...É o tempo da chuva.

Mas que belo

Adorei

Bom fim de semana

Bjgrande do Lago

Manuela ramos Cunha disse...

Eduardo, curioso, como eu já tinha pensado da chuva da maneira que tão bem a descreves e sentes!
Sinceramente, e não querendo igualar-me a um bom escritor e poeta como tu, que descreve lindamente todos os sentimentos, emoções e realidades, eu consigo perfeitamente juntar-me ao teu pensamento, segui-lo, achar que és mesmo só tu o narrador, o que põe para o papel o inlembrável...e "aninhadinha" seguir o teu raciocínio, desvendando-no no meu, que está escondido.
Se o escondo, é por falta de jeito, imaginação e sabedoria para fazer crer que sei o que estou a escrever...porque nada sei de genuíno!

Beijinhos

gota de vidro disse...



No encanto destas chuvas...

Fica

Um beijinho da Gota