sábado, 31 de maio de 2014

Aos anjos, deslumbrados !



















Coração da rosa, berço dos sentidos,
Pérola, irrupção do fogo inicial, brasa imorredoira perdida nos tempos sem fim,
Imutável, esquecida, não lembrada, ou não sabida,
Fonte do que é imaculado,
Semente da quentura, do pão e da ternura,
Espir
al do amor,
Procura essencial do que é essencial,
Flor de lótus, cardo, pentagrama,
O corpo todo enrodilhado no casulo da vida,
Limitado, mas sublime campo
Dos alimentos e das vestes,
Dos desertos e das águas,
Dos corpos e das almas,
Das montanhas, dos ventos e do xisto,
Onde labutamos, moramos e sonhamos,
Nas aldeias do contingente,
Desbravando os trilhos das espigas,
Irmãs gémeas consteladas das estrelas,
Dádiva de amor aos anjos deslumbrados!… 


 Maio, Lisboa 

3 comentários:

Graça Pires disse...

Meu querido amigo, Eduardo, a sua prece, em forma de poema é muito bela.
Um beijo.

Graça Pires disse...

Dádiva de amor, tudo isto: a imagem, as palavras, o afecto.
Um beijo, Eduardo.

Parapeito disse...

Tão belo bom Eduardo...
De certeza que os anjos ficaram deslumbrados...eu estou.
Abraço e brisas doces ****